Frade franciscano e naturalista brasileiro, nasceu em 1741, na vila de São José da comarca do Rio das Mortes, distrito de Mariana, Minas Gerais. Entrou para o convento franciscano de São Boaventura, na antiga Vila de Santo Antônio de Sá, aos 19 anos de idade. Estudou filosofia e teologia no convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro, onde se tornou frei. Lecionou geometria no convento de São Francisco de São Paulo (que depois tornou-se Faculdade de Direito), além de retórica e história natural, disciplina pela qual nutriu crescente interesse. Atuou, também, como pregador de alta nomeação e catequista de índios do Arary, os antigos Tamoios. Embora não tenha cursado a Universidade de Coimbra, tornou-se um dos mais destacados botânicos e naturalistas luso-brasileiros. Contando com o apoio do vice-rei Luís de Vasconcelos e Sousa, realizou inúmeras viagens filosóficas e científicas, coletando espécies para o Real Museu e Jardim Botânico do Sítio de Nossa Senhora da Ajuda (Portugal) e para seus estudos particulares. Membro da Academia Real das Ciências de Lisboa foi autor do importante trabalho Florae Fluminensis, fruto de oito anos de expedição pela capitania do Rio de Janeiro (1783-1790), no qual classificou numerosas espécies vegetais cujas definições científicas foram escritas pelo frei Anastácio de Santa Inês, e a maioria dos desenhos de autoria do Frei Francisco Solano. Em 1790, encerrados os trabalhos da Flora, Velloso vai a Lisboa acompanhar a impressão da obra e torna-se diretor e editor da Tipografia do Arco do Cego. Ativa entre 1799 e 1801, em Lisboa, a tipografia, além de ter publicado um número expressivo de livros, funcionou como uma oficina para o aprendizado das artes tipográficas e da gravura. O uso intensivo e didático de imagens era uma das marcas da editora. Com sua extinção em 1801, a Imprensa Régia herda suas funções, equipamentos e acervo bibliográfico e Frei Mariano é nomeado membro da Junta Administrativa, Econômica e Literária, encarregada da gerência da tipografia. Nesse período à frente da tipografia, coordenou, compilou e traduziu diversas obras, com destaque para as especializadas na modernização da produção agrícola, visando uma reforma científica dos campos. Publicou também diversos tratados, compêndios, memórias e livros relacionados à história natural, cultura de gêneros e especiarias, doutrina cristã, agricultura, zoologia, farmacologia, mineração e aplicações econômicas dos produtos naturais, além de um dicionário de português e línguas indígenas destinado à catequese dos povos originários. Em 1808, retornou ao Rio de Janeiro junto da comitiva da família real, vindo a falecer no Convento de Santo Antônio em 13 de junho de 1811. Curiosamente, a Florae fluminenses, sua maior obra, só seria publicada após sua morte (parte das descrições em latim foi editada em 1825 na Tipografia Nacional; as ilustrações começaram a chegar ao Rio de Janeiro em 1827 e o último volume em 1831, a impressão do texto completo ocorreu apenas em 1881). Em 1961, o Arquivo Nacional lançou em sua série Publicações Históricas, o título Flora Fluminensis de frei José Mariano da Conceição Velloso – Documentos, reeditado em 2018 em conjunto com a Eduff.