ZELO À CAUSA DE SUA MAJESTADE
Ante as ameaças de ruptura com o regime monárquico e entre a colônia e a metrópole, a repressão ao movimento revolucionário de 1817 se organizou para ser forte e exemplar na tentativa de retomada da ordem, levando a que quase todos os líderes fossem executados e seus corpos exibidos em público. O governador da Bahia, conde dos Arcos, deu início à contrarrevolução com o envio de dois navios, equipados e artilhados, para bloquear o porto do Recife e a cidade por mar. Por terra, enviou o marechal Joaquim de Melo Cogominho de Lacerda com 800 homens de todas as armas para evitar que a revolução se espalhasse pelo sul de Pernambuco e pelas outras capitanias. O conde dos Arcos começou a repressão por conta própria, sem esperar pela Corte, convocando comissões militares para julgar os primeiros participantes da revolução presos e levados para a Bahia, inclusive dando ordem de execução, como aconteceu com o padre Abreu e Lima. Foi ele mesmo que emitiu uma comunicação para a Corte, informando sobre o movimento e sobre as primeiras providências que tomara para sufocar a rebelião; emitiu ainda algumas proclamações avisando sobre a marcha das tropas no Recife e prometendo que quem ficasse fiel à revolução seria executado. O príncipe regente mandou equipar uma esquadrilha para dar prosseguimento à repressão e depois enviou um comboio com aproximadamente 3000 homens, comandados pelo marechal Luís do Rego Barreto, que seria também encarregado do governo provisório da capitania. A princípio havia certo pessimismo em relação às forças de repressão: as tropas, além de serem em número pequeno, não estavam bem abastecidas e bem armadas. Entretanto a contrarrevolução soube usar os antagonismos locais entre brasileiros e portugueses e pequenos e grandes negociantes para se beneficiar e rechaçou o movimento em pouco tempo nas cidades, encontrando mais resistência à medida que os revolucionários fugiam para os sertões.
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