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Os censos e a história do Brasil colonial
Tiago Gil
Universidade de BrasíliaA contagem de pessoas durante o chamado período colonial, entre os séculos XVI e XIX, variou muito e não pode ser pensada em termos de continuidade. Há diversos tipos de listas que poderíamos chamar grosseiramente de censos, ainda que fossem prioritariamente voltadas para a atividade econômica ou a propriedade da terra. No século XIX, contudo, há uma grande proliferação de censos que contavam de modo cada vez mais minucioso, os habitantes de cada país. Houve quem já associasse esse incremento na realização dos censos com o surgimento dos nacionalismos, como uma forma de agrupar os iguais. Como disse o antropólogo Benedict Anderson, o que contariam os censos se não franceses, ingleses, italianos e brasileiros? [1] Não podemos ignorar este alerta, mas o século XIX é também o grande século de proliferação da estatística e cada vez mais os Estados procuram controlar suas populações com o uso da quantificação.[2]
Os parcos indícios que existem para as ocupações litorâneas lusitanas no início da colonização não podem ser comparados aos dados altamente planejados, coletados e estruturados de fins do século XVIII. É certo que já no século XVI temos algumas informações sobre diversas vilas e cidades coloniais. O relato do padre Cardim, feito na década de 1580, nos conta que a Cidade da Bahia tinha mais de três mil vizinhos (termo usado para designar chefe de família), além de oito mil indígenas cristianizados e entre três mil e quatro mil africanos escravizados.[3] Cardim fizera uma descrição de várias outras localidades, indicando populações para a maioria delas. Estas eram, contudo, impressões gerais de alguém que coletara as informações ao passar, fruto, certamente, de uma ideia muito imprecisa de contagem, muito própria da lógica do século XVI.[4]
Há outros tantos cronistas que se dedicaram a enumerar e descrever populações, espaços e propriedades agrárias, especialmente engenhos. Para o mesmo período, Gabriel Soares de Souza descreveu a costa brasileira, dando especial atenção a baía de Todos os Santos, quando identificou e contou as dezenas de engenhos de açúcar que ali estavam. Ainda que imprecisas estas eram também formas de controle colonial, na medida em que assimilavam mentalmente os territórios ao espaço lusitano, em paralelo ao processo de ocupação territorial efetivo. Não eram engenhos, simplesmente, mas engenhos portugueses que eram contados.
Nunca houve, de fato, um censo geral de toda a América portuguesa. Eles sempre foram feitos aos “pedaços”, seja por capitanias ou “estados”, como se chamavam as divisões políticas que separaram o “Grão-Pará e Maranhão” do chamado “Estado do Brasil”, então consideradas duas unidades diferentes e com governos distintos. Um dos primeiros documentos que formou uma imagem mais geral é aquele denominado “Notícias do Bispado do Rio de Janeiro”, preparado em finais do século XVII e com data de finalização indicando o ano de 1684. É uma listagem de todas as vilas e cidades existentes na repartição sul do Estado do Brasil, desde a vila de Ilhéus até a vila de Curitiba. Cada localidade é descrita e uma estimativa de moradores é apontada. A imagem ainda não é exata e não há informação clara sobre como as pessoas foram contadas. Tal como nos relatos do século XVI, há uma grande tendência ao arredondamento dos totais, indicando que se tratava apenas de uma ideia vaga do total de habitantes. Nesse documento, contudo, há uma novidade em termos de exatidão: são contados os “fogos” (unidades domésticas) e “pessoas de confissão”, não mais os “vizinhos”. Neste caso, é possível ter uma ideia mais clara do total de habitantes, pois as “pessoas de confissão” eram aquelas que já comungavam e poderiam, assim, se confessar. Isso geralmente excluía as crianças menores de 7 anos, ainda que esta idade seja apenas um indicativo. Os “fogos”, também contados nas “Notícias”, eram informações mais gerais que indicavam o número de famílias e poderiam mesmo ser comparáveis aos “vizinhos”, já que estes seriam seus chefes.
É somente no século XVIII, especialmente na segunda metade, que começam a ser feitos levantamentos populacionais mais próximos do que chamamos hoje de censo. Esta mudança não diz respeito apenas ao incremento do interesse lusitano em suas colônias, algo que é bastante notório durante o período pombalino e mesmo depois. Mas, também, à progressiva mudança de visão de mundo sobre soberania, controle e política. Cada vez mais a soberania territorial estava associada à presença de populações nos espaços. Os Estados europeus disputavam suas fronteiras recorrendo às guerras, mas a presença de súditos de um rei – e em grandes quantidades – era cada vez mais um sinal claro de possessão territorial. Enumerar os súditos significava saber o tamanho do reino.[5]
As diversas iniciativas de contagem de populações no período colonial eram sempre fruto das decisões de quem as executava. Até meados do século XVIII, cada apuração era feita com base na forma como se via o mundo, fosse pelo número de vizinhos, pessoas de confissão, gente cristã ou tantas outras formas de classificar. Isso nos revela como aqueles proto-recenseadores compreendiam o mundo e as pessoas que nele habitavam. Deveriam os escravizados ser somados junto com os lusitanos? E os indígenas? As pessoas deveriam ser diferenciadas pela idade? Com estas perguntas, percebemos que calcular populações não era somente uma forma de controle colonial, mas também um modo de diferenciar as pessoas entre si.
É somente na segunda metade do século XVIII que métodos claros para estimar a população passaram a ser definidos e apresentados (impostos, talvez) às localidades. Sim, localidades pois, mesmo que o objetivo fosse enumerar os súditos prontos para a guerra, estes habitavam em vilas e o reino era, assim, o conjunto formado pelas vilas que deviam fidelidade ao rei. Agora cada localidade teria que seguir certas instruções sobre como preparar a contagem de seus habitantes, seguindo critérios claros e comuns. Mas o objetivo não era, simplesmente, relacionar os moradores de cada vila. Tal como o reino era o conjunto das vilas que juravam fidelidade ao rei, a vila era o conjunto das casas (ou “fogos”) que respondiam a um poder local, no caso, ao capitão-mor.
As listas nominativas ou “mapas” de moradores são um caso exemplar dessas novas exigências “metodológicas” de coleta. As regras de produção destes documentos apontavam a seguinte estrutura: a lista de moradores deveria ser feita bairro por bairro, casa por casa e, dentro de cada casa, as pessoas deveriam ser listadas seguindo uma ordem. Tudo começava com o chefe da casa, geralmente um homem mais velho, aquilo que Gilberto Freyre consagrou com o termo “patriarca”. Muitas vezes, por falta dessa figura, era uma viúva ou mulher mais velha que chefiava o fogo. Depois do chefe, era listado seu cônjuge, muito frequentemente a esposa, seguida dos filhos, quase sempre em ordem de idade, mas em alguns casos dando prioridade para os homens. Guiando toda a ordem, estavam três critérios fundamentais para entender aquele mundo: o gênero, a idade e a cor. Era uma sociedade que colocava no topo das famílias aqueles homens mais velhos e mais brancos, em um mundo onde a miscigenação não era incomum.
Era por isso, também, que depois da família senhorial constavam outros personagens que faziam parte da casa, mas de outra maneira. Depois do último filho, vinham ou os agregados ou os escravizados, todos eles também hierarquizados em seu interior, seguindo a mesma lógica que presidia a ordem no interior da família senhorial. Nem sempre havia os tais agregados e, quando havia, eles geralmente apareciam antes que os escravizados. Os agregados são de difícil definição e podem variar segundo os usos locais. Mas, grosso modo, são personagens que não são nem escravizados, nem membros da família senhorial, ainda que em alguns casos, genros e sogras apareçam neste rótulo, até mesmo as mães dos senhores.
Um documento de 1801[6] orientava o modo exato como as listas deveriam ser preparadas. Era uma espécie de “manual” e continha, inclusive, um modelo de preenchimento, com exemplos bastante realistas. As informações deveriam não falar somente sobre a população da casa, mas descrever também a estrutura econômica de cada casa e, ao final, do conjunto da vila, indicando com que outras vilas ela fazia comércio, destacando importações, exportações e consumo local. O mapa da população da vila de Porto Calvo, comarca das Alagoas, capitania de Pernambuco, de 1814, discrimina, além dos habitantes por fogos, os produtos produzidos na vila como açúcar, aguardente, mel, farinhas, legumes, azeite de mamona.[7]
Quando bem-feitas, estas listas indicavam não somente a atividade econômica mais importante de cada casa, mas também a produção anual e a renda naquele período. O “manual” já considerava uma multiplicidade de atividades econômicas e lista, como exemplos potenciais, “senhor de engenho”, “fazendeiro”, “agricultor”, “negociante”, “alfaiate” e “mercador de loja”. Eram todos casos comuns, mas não os únicos, sendo possível encontrar diversas outras atividades, como “fiandeiras”, músicos e outras tantas.
Outra informação contida no “manual” de instruções de 1801 era a coleta de dados sobre os deslocamentos populacionais. Tal como o detalhamento dos aspectos econômicos, as informações sobre movimentos migratórios eram uma inovação de fins do século XVIII e que só foram consolidadas de fato no início do século XIX. Ali vemos, por exemplo, filhos voltando para a casa paterna depois de passar anos em uma escola de outra localidade ou após o serviço militar. O ofício de 23 de dezembro de 1809 dirigido a S.A.R. traz um mapa dos habitantes da capitania de Pernambuco, referente ao ano de 1808, que mostra uma diminuição de 9.078 almas em relação ao ano de 1807, causada pela “grande deserção das famílias” em função de recrutamento.[8]
Também vemos filhos e filhas saindo de casa para montar novas unidades domésticas com seus cônjuges. Vemos escravizados sendo comprados e vendidos, agregados entrando e saindo de casas diferentes e o aparecimento de mães e sogras, pais e sogros. Ao final de cada lista de moradores era produzido um documento de síntese, com os totais de cada localidade. Ali temos tabelas com o total dos nascimentos, das mortes e dos casamentos. Temos também as súmulas do comércio local com outras localidades, um tipo de “balança de pagamentos” municipal, assim como, especialmente a partir de 1798, tabelas com os preços dos produtos mais comuns tanto para gêneros de importação, exportação e consumidos localmente, indicando o preço mínimo, o intermediário e o máximo praticados em cada vila e cidade.
O dado mais interessante e revelador sobre aquela sociedade são as tabelas que consolidavam os dados demográficos. Já não mais contadas dentro de suas casas, mas em uma grande síntese municipal, as pessoas seguiam sendo encaixadas em categorias como “brancos” e “escravos”, “homens” e “mulheres”. Mas dentro dessas grandes classificações, encontramos agora outras formas de agrupamento, desta vez para o terceiro (e não menos importante) identificador pessoal existente na mentalidade do período: a idade. As pessoas eram agrupadas em grandes “classes”: as primeiras quatro eram destinadas aos homens, primeiro os menores de 7, seguidos dos menores de 15, os de 15 a 60 e aqueles acima de 60 anos; as quatro classes seguintes eram as femininas, de zero a 7, a de 7 a 14, de 14 a 50 e acima de 50. Disso, deduz-se que aquela sociedade considerava que as mulheres amadureceriam mais cedo (com 14 anos, um a menos que os meninos) e envelheceriam ainda mais cedo (com 50, sendo os homens 60). A nona classe apontava os nascimentos e a décima, os óbitos.[9]
As listas nominativas de habitantes eram muito comuns em várias partes do Brasil, mas foram particularmente frequentes na capitania de São Paulo. Em outras partes da América portuguesa, encontramos muitos outros exemplos de levantamentos populacionais, geralmente seguindo a mesma mentalidade que orientava a construção das listas. Sua finalidade original, em meados do século XVIII, era listar homens prontos para a guerra. Com o tempo, especialmente ao final do século, sua função já era muito mais próxima do controle estatal sobre a economia, fosse fiscal ou de desenvolvimento regional.
Há outro exemplo de documentação voltada para a contagem de pessoa, um tanto quanto diferente das listas nominativas e com uma finalidade bem diversa: os róis de confessados. Eram arrolamentos populacionais preparados pela igreja católica e com uma finalidade pastoral particular: listar as pessoas aptas à comunhão. Era um modo de o padre local conhecer seus fiéis e remeter os dados do conjunto deles para as instâncias superiores da igreja. Estas fontes deveriam ser produzidas antes da quaresma e lista todos os fiéis maiores de 7 anos, já aptos para a comunhão, indicando o local de moradia, sempre que possível. As condições de preparação dos róis estavam estabelecidas nas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia desde o início do século XVIII, seguindo instruções previstas no Concílio de Trento.[10]
O Arquivo Nacional possui uma bela coleção de fontes sobre a população colonial que está por ser estudada. A grande maioria desses documentos é, como seria de se esperar, da segunda metade do século XVIII e de princípios do século XIX. Não obstante se tratar de um conjunto geograficamente desigual, os documentos sobre contagem de populações coloniais existentes no Arquivo Nacional podem trazer luz sobre a história das pessoas comuns que viveram na América portuguesa, um esforço que ainda tem muito por ser feito.
Fontes utilizadas
ARQUIVO NACIONAL. Mapas de população de províncias. Vice-reinado. Caixa 761.
ARQUIVO NACIONAL. Mapa da população da vila de Porto Calvo, comarca das Alagoas, capitania de Pernambuco, 25 de julho de 1814. Mapas de população de províncias. Vice-reinado. Caixa 761.
ARQUIVO NACIONAL. Registro n. 51, 28 de fevereiro de 1810, Ministério do Reino. Pernambuco. Correspondência do presidente da província. Série Interior (IJJ9 5).
BIBLIOTECA NACIONAL. Projeto Resgate. AHU – São Paulo. Documento 831. Disponível em: http://resgate.bn.br.[1] ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
[2] BEAUD, Jean-Pierre; FONSECA, Claudia Damasceno. Le chiffre et la carte. Histoire & mesure [En ligne], n. XXXII-1, 2017.
[3] CARDIM, Fernão. Narrativa epistolar de uma viagem e missão jesuítica pela Bahia, Ilhéus, Porto Seguro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro, ... desde o ano de 1583 ao de 1590. Imprensa Nacional, 1847, p. 10.
[4] GODINHO, Vitorino Magalhães. Os descobrimentos e a economia mundial. Lisboa: Editorial Presença, 1971.
[5] SERRÃO, José. O quadro humano. In: HESPANHA, Antonio Manuel (org.). História de Portugal: o Antigo Regime. Lisboa: Estampa, 1998.
[6] BIBLIOTECA NACIONAL. Projeto Resgate. AHU – São Paulo. Documento 831. Disponível em: http://resgate.bn.br.
[7] ARQUIVO NACIONAL. Mapa da população da vila de Porto Calvo, comarca das Alagoas, capitania de Pernambuco, 25 de julho de 1814. Mapas de população de províncias. Vice-reinado. Caixa 761.
[8] ARQUIVO NACIONAL. Registro n. 51, 28 de fevereiro de 1810, Ministério do Reino. Pernambuco. Correspondência do presidente da província. Série Interior (IJJ9 5).
[9] ARQUIVO NACIONAL. Vice-reinado. Mapas de população de províncias. Caixa 761; MATOS, Paulo Teodoro de; SOUSA, Paulo Silveira. La estadística de la población en la América Latina Portuguesa, 1750-1820. Memorias, n. 25 (10 de abril de 2015), p. 31.
[10] SIRTORI, Bruna. Uma fonte inexplorada. Os róis de confessados: possibilidades e limites documentais. In: ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA ANPUH-RJ, 12., 2006. Usos do passado.
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Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 01
Datas-limite: 1790 - 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censosEmenta: Mapa da população do termo da vila do Paracatu do Príncipe, de Julgado de São Romão e Brejo do Salgado. A população é dividida entre homens e mulheres, livres (brancos, pretos e mulatos) ou escravos (pretos e mulatos). Indica ainda o estado civil (casado ou solteiro) para todos os subgrupos. Contabiliza um total de 12.538 indivíduos em Vila de Paracatu, 3.115 em S. Romão e 4.120 em Brejo Salgado. Em nota o documento descreve a extensão, em léguas, de cada um dos territórios.
Data do documento: 11 de outubro de 1814.
Local: Sabará, MG.
Folha (s): 128Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 01
Datas-limite: 1790 - 1849
Título do fundo: Diversos códices - SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censosEmenta: Tabela geral da povoação do bispado de Mariana. Contabiliza o número de indivíduos vivos, os nascimentos e as mortes. A tabela, organizada por freguesia, leva em consideração as seguintes categorias: homens e mulheres, brancos, indígenas, pardos e negros e a sua condição de livre ou escravos. Todos os indígenas são identificados como livres. Junto à tabela encontra-se uma carta ao príncipe regente, sem autoria declarada, de 29 de abril de 1815, desculpando-se pela demora do envio, visto que as tabelas das freguesias tardaram a chegar. Isso se deveria à dificuldade dos párocos em obter tais informações.
Data do documento: 1814 -1815.
Local: Mariana, MG
Folha (s): 129-133Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 01
Datas-limite: 1790 - 1849
Título do fundo: Diversos códices - SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censosEmenta: Lotação da freguesia de Pomba, Minas Gerais, na qual é listada a quantidade de fiéis da igreja Matriz, das capelas das Mercês, da Conceição, de Santa Rita, das Dores, de São João, e quanto foi arrecadado por cada serviço por elas prestado. A lista contabiliza um total de 10.150 indivíduos maiores, 2.549 de menores e foi composta pelo pároco João Bonifácio Duarte Pinto.
Data do documento: 2 de fevereiro de 1819.
Local: Freguesia de Pomba, MG
Folha (s): 144-144.vConjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 01
Datas-limite: 1790 - 1849
Título do fundo: Diversos códices - SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Descrição dos habitantes do bispado de Mariana, no ano de 1818, repartidos pela igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem do Curral de El Rei, e capelas filiais da Piedade, do Aranha, do Brumado, de Itatiaiassu, do Morro, de Santa Quitéria, das Sete Lagoas, das Neves, de Contagem e do Betim. O total de habitantes é de 16.166.
Data do documento: 8 de março de 1819
Local: Bispado de Mariana, MG
Folha (s): 156
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 01
Datas-limite: 1790 – 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Lotações das freguesias, paroquiais e anexas das vilas de Ouro Preto, Queluz e seus termos, conforme as ordens de Sua Majestade.
Data do documento: 9 de julho de 1819
Local: Minas Gerais
Folha (s): 173-174
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 02
Datas-limite: 1790 – 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Relação da população do distrito da Companhia de Ordenanças da freguesia de N.S. da Conceição de Campo Alegre, vila de Rezende, até a Fortaleza de que é capitão José Soares Louzada, totalizando 531 fogos e 3.240 pessoas. Na relação constam nome, idade, estado civil, número de mulheres, número de escravos e observações de cor, etnia e filiação.
Data do documento: 28 de maio de 1806
Local: vila de Rezende, Rio de Janeiro
Folha (s): 6-31
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 02
Datas-limite: 1790 – 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Carta de Domingos Francisco Ramos Fialho ao desembargador ouvidor da comarca Manoel Pedro Gomes justificando a demora no envio da contagem de fogos e habitantes contidos no território da Serra de Boa Vista, freguesia de Inhomerim.
Data do documento: 8 de dezembro de 1816
Local: Freguesia de Inhomerim, Rio de Janeiro
Folha (s): 54
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 03
Datas-limite: 1790 – 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Carta do capitão mor Jerônimo Francisco Coelho encaminha mapa da população da vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna pertencente ao governo do Departamento da ilha de Santa Catarina. A população é dividida entre brancos, pretos e pardos, livres e escravizados, estado civil: sacerdotes, casados, solteiros e viúvos e idade entre 1 e 100 anos. Inclui ainda a formação e ocupação da população.
Data do documento: 6 de novembro de 1805
Local: vila da Laguna, Santa Catarina
Folha (s): fl. 71-72
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 03
Datas-limite: 1790 – 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Mapa dos oficiais do terço das ordenanças da vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, pertencente ao governo do Departamento da ilha de Santa Catarina do ano de 1805, em que se contam os que tem patentes confirmadas e os que faltam para serem providos e os títulos com que se acham tanto os efetivos como os agregados, pelo capitão mor do distrito, Jerônimo Francisco Coelho.
Data do documento: 1805
Local: ilha de Santa Catarina
Folha (s): fl. 73
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 03
Datas-limite: 1790 – 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Mapa geral de toda população pertencente ao governo da capitania da ilha de Santa Catarina, referente ao ano de 1811, assinado pelo governador d. Luiz Maurício da Silveira, dividindo a população entre homens e mulheres, libertos, escravizados e forros e pela localidade. A soma total da população é de 31.750 indivíduos.
Data do documento: 1811
Local: ilha de Santa Catarina
Folha (s): fl. 75
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 03
Datas-limite: 1790 – 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Mapa geral de toda população existente na capitania do Rio Grande de São Pedro do Sul do ano 1807. Divide-se por localidade e nelas, entre brancos, índios, libertos e cativos e entre homens e mulheres. Para o grupo dos “brancos” há indicação também da idade e para os libertos e cativos estabeleceu-se a classificação entre pretos e pardos. O mapa também totaliza o número de mortos, de nascidos de cada freguesia e de casados que já vão incluídos no mapa da povoação.
Data do documento: 1807
Local: Rio Grande de São Pedro do Sul
Folha (s): 147
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 03
Datas-limite: 1790– 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: conjunto de mapas de população das freguesias que compõem a capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, do ano de 1809 encaminhado ao conde de Aguiar pelo governador d. Diogo de Souza. A população é dividida entre brancos (livres), forros e escravos, subdivididos entre pretos e pardos, sexo e idade. Outro mapa geral da capitania classifica a população a partir de sua condição como brancos (livres), forros e escravos, por sexo feminino e masculino distribuídos pelas diferentes localidades. O mapa também contabiliza o número de nascimentos, mortes e casamentos. Ao todo, naquele ano, a capitania era habitada por 27.017 indivíduos do sexo masculino e 22.451 do sexo feminino.
Data do documento: 17 de julho de 1810
Local: São Pedro do Rio Grande do Sul
Folha (s): -148-149
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 03
Datas-limite: 1790 – 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Resumo geral de toda a população pertencente ao governo da capitania da Ilha de Santa Catarina, extraído dos mapas enviados pelos comandantes dos distritos no ano de 1811, encaminhado pelo governador d. Luiz Mauricio da Silveira.
Data do documento: janeiro de 1790
Local: [Rio de Janeiro]
Folha (s): 75
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 04
Datas-limite: 1790 – 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Cópia do Aviso nº 16 do Secretário dos Negócios da Guerra a Inácio da Costa Quintela, encaminhando resumo dos fogos, pessoas livres e escravos existentes na cidade e província do Rio de Janeiro.
Data do documento: 16 de abril de 1821
Local: [Rio de Janeiro]
Folha (s): 16-17
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 04
Datas-limite: 1790 – 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
A3Cbr />Datas-limite: 1805 - 1814
Título do fundo: Série Interior
Código do fundo: AA
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: ofício da Santa Casa da Misericórdia de Olinda pedindo que o Senado da cidade faça uma loteria semelhante à da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e de Macau. A instituição alega que já existia um déficit e que o orçamento não era suficiente para quitar as contas anteriores. Além disso, a população da cidade teria crescido um terço e a Casa não teria mantimentos para continuar com as suas atividades, em especial a Roda dos Expostos.
Data do documento: 15 de março de 1812.
Local: Olinda, Pernambuco
Folha (s): 34 - 34v.
Conjunto documental: Mapas de população de províncias
Notação: Caixa 761
Datas-limite: 1776 – 1864
Título do fundo: Vice-reinado
Código do fundo: D9
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: tabela estatística abreviada da capitania do Rio Grande do Norte do ano de 1817, por José Ignácio Borges, com a descrição geográfica e topográfica da região e o número de habitantes por localidades: cidade de Natal, vila de Arez, vila Flor, vila do Príncipe, vila de Portalegre, vila da Princesa e vila de Extremoz, em um total de 50.625 indivíduos em toda a capitania. O autor da tabela observa que os cálculos de almas são efetuados a partir dos mapas enviados pelos párocos e dos capitães mores das ordenanças e que alguns dados podem estar errados por não convir aos párocos informar a dimensão real das freguesias. Também há referência às fortificações, à força armada existente na capitania, bem como às produções em gênero de maior montante, além de relacionar os produtos exportados e importados e os lucros decorrentes das exportações.
Data do documento: 1º de fevereiro de 1817
Local: Natal, Rio Grande do Norte.
Folha (s): fl. 4
Conjunto documental: Mapas de população de províncias
Notação: Caixa 761
Datas-limite: 1776 – 1864
Título do fundo: Vice-reinado
Código do fundo: D9
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: cópia da correspondência de Martinho de Mello e Castro, ministro e secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos, a Manoel da Cunha e Menezes, governador da Bahia, sobre a solicitação da Coroa de que fosse encaminhada anualmente à Secretaria de Estado uma relação do número de habitantes daquela capitania, dividida em dez classes que haviam sido especificadas anteriormente. Acrescenta que para maior exatidão da contagem de habitantes, pediu o auxílio do bispo da capitania e do ministro da Justiça.
Data do documento: 21 de maio de 1776
Local: Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, Lisboa
Folha (s): fl.1-2
Conjunto documental: Mapas de população de províncias
Notação: Caixa 761
Datas-limite: 1776 – 1864
Título do fundo: Vice-reinado
Código do fundo: D9
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: cópia da carta enviada por Martinho de Mello e Castro ao arcebispo da Bahia em que se refere à tarefa que d. José I deu aos governadores e capitães gerais dos seus domínios ultramarinos de lhe mandarem uma relação do número de habitantes compreendidos nos distritos dos seus diferentes governos, contando com a ajuda dos párocos e dos ministros da Justiça para maior exatidão da contagem. O ministro solicita a cooperação do arcebispo para que as relações sejam feitas com a devida clareza e exatidão.
Data do documento: 21 de maio de 1776
Local: Palácio de Nossa Senhora da Ajuda
Folha (s): fl.3
Conjunto documental: Mapas de população de províncias
Notação: Caixa 761
Datas-limite: 1776 – 1864
Título do fundo: Vice-reinado
Código do fundo: D9
Argumento de pesquisa: População, censos.
Ementa: mapa da população da vila e termo de Penedo, comarca das Alagoas, capitania de Pernambuco, que contabiliza o número de fogos e habitantes por freguesia, em um total de 13. 352 habitantes. A nota que acompanha o mapa, de Antonio Luiz Pereira da Cunha, além de mencionar o número de habitantes, também efetua uma descrição física da vila.
Data do documento: 7 de julho de 1815
Local: Bahia
Folha (s): fl.11
Conjunto documental: Mapas de população de províncias
Notação: Caixa 761
Datas-limite: 1776 – 1864
Título do fundo: Vice-reinado
Código do fundo: D9
Argumento de pesquisa: População, censos.
Ementa: mapa da população da vila de Porto Calvo, comarca das Alagoas, capitania de Pernambuco que relaciona o número de fogos, engenhos por freguesia e de habitantes, em um total de 25.379 (Vila, São Bento, Camaragibe, parte de Una e parte de Pioca). O mapa também descrimina os produtos produzidos na vila como açúcar, aguardente, mel, farinhas, legumes, azeite de mamona. A nota que acompanha o mapa inclui uma descrição física e topográfica da vila.
Data do documento: 25 de julho de 1814
Local: Bahia
Folha (s): fl. 10
Conjunto documental: Mapas de população de províncias
Notação: Caixa 761
Datas-limite: 1776 – 1864
Título do fundo: Vice-reinado
Código do fundo: D9
Argumento de pesquisa: População, censos.
Ementa: Mapa geral das vilas e lugares que se tem erigido de 20 de maio de 1759 até o último dia de agosto de 1763 das antigas aldeias do governo de Pernambuco e suas capitanias anexas. O mapa é dividido pelas capitanias do Ceará, do Rio Grande do Norte, de Pernambuco, a comarca de Alagoas e suas respectivas vilas e freguesias. Apresenta as seguintes colunas: número de almas, número de casais, número de rapazes que andam nas escolas, rapazes que aprendem ofícios mecânicos e necessários ao adiantamento das vilas, raparigas que andam nas mestras aprendendo a fiar, cozer, tecer e fazer renda; pobres de um e outro sexo, rapazes e moços solteiros de um e outro sexo, ausentes de diversas idades e sexos, escravos de um e outro sexo. O mapa também contabiliza alguns rendimentos das vilas das capitanias e as cabeças de gado. Informa que a aldeia de Aricobé não foi contabilizada por estar situada no extremo dos limites do governo de Pernambuco, onde “se separa dos Goyazes”, na comarca de Jacobina.
Data do documento: s.d
Local: [Pernambuco]
Folha (s): s.f
Conjunto documental: Mapas de população de províncias
Notação: Caixa 761
Datas-limite: 1776 – 1864
Título do fundo: Vice-reinado
Código do fundo: D9
Argumento de pesquisa: População, censos.
Ementa: Descrição da freguesia de Pastos Bons de autoria de Francisco de Paula Ribeiro em cumprimento às reais ordens recebidas para que se avaliasse a possibilidade da sua divisão. Além de abordar as caraterísticas geográficas e topográficas da freguesia, a carta também contém o quantitativo de habitantes da freguesia que é de 4.000 a 5.000 almas espalhadas por 180 léguas de sua extensão circunferencial.
Data do documento: 17 de setembro de 1820
Local: Maranhão
Folha (s): s.f [1 a 7]
Conjunto documental: Ceará. Ministério do Império. Correspondência dos presidentes da província
Notação: IJJ9 169
Datas-limite: 1816 – 1828
Título do fundo: Série Interior
Código do fundo: AA
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: ofício de Thomas Antonio Villanova Portugal, ministro e secretário de Estado dos Negócios do Reino, a d. João VI sobre a criação da comarca do Crato, representada pelos “povos dessa capitania” à Mesa do Desembargo do Paço. A partir do mapa geográfico da capitania, o ministro compara as dimensões territoriais das comarcas do Crato e do Ceará, afirmando que a primeira ficará mais extensa territorialmente se forem incorporadas a ela as vilas de São Bernardo do Aracati. Usando o mapa da população do ano de 1813 da capitania do Ceará, o ofício também afirma que a diferença populacional da comarca do Crato para a comarca do Ceará será maior se forem anexados à comarca do Crato as vilas de São Bernardo do Aracati. Destaca, ainda, o aumento populacional nas comarcas e vilas da capitania do Ceará.
Data do documento: 6 de março de 1818
Local: Vila da Fortaleza do Ceará
Folha (s): s.f
Conjunto documental: Mesa da Consciência e Ordens
Notação: caixa 286, pct. 03
Datas-limite: 1803 – 1828
Título do fundo: Mesa da Consciência e Ordens
Código do fundo: 4J
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: requerimento dos moradores da freguesia das Arêas, bispado de São Paulo, ao príncipe regente, para que seja autorizada a construção de uma capela. O número de quase mil almas é citado como um dos motivos para a criação da capela.
Data do documento: 27 de julho de 1810
Local: Freguesia da Arêas
Folha: fl. 6
Conjunto documental: Mesa da Consciência e Ordens
Notação: caixa 286, pct. 03
Datas-limite: 1803 – 1828
Título do fundo: Mesa da Consciência e Ordens
Código do fundo: 4J
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: atestado por Manuel Teixeira de Mello, capitão comandante de ordenanças na freguesia de Itajubá, da Vila de Campanha da Princesa; no qual ratifica que naquela parte do distrito se acham morando e estabelecidos 70 casais, tratando e vivendo do fruto de suas lavouras. A população, segundo Manuel Teixeira de Mello passa de 260 indivíduos.
Data do documento: 11 de agosto de 1820
Local: Freguesia de Itajubá, MG
Folha: fl. 1
Conjunto documental: Mesa da Consciência e Ordens
Notação: caixa 286, pct. 03
Datas-limite: 1803 – 1828
Título do fundo: Mesa da Consciência e Ordens
Código do fundo: 4J
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: atestado de Custodio Manoel Roiz, capitão comandante de ordenanças na freguesia de Itajubá do termo da Vila da Campanha da Princesa, no qual afirma que, naquela parte do distrito que se acha anexa ao arraial de Itajubá, moram e se encontram estabelecidos 50 casais e que a população passa de 200 indivíduos.
Data do documento: 20 de agosto de 1820
Local: Freguesia de Itajubá, MG
Folha: fl. 2
Conjunto documental: Mesa da Consciência e Ordens
Notação: caixa 286, pct. 03
Datas-limite: 1803 – 1828
Título do fundo: Mesa da Consciência e Ordens
Código do fundo: 4J
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: atestado por Lourenço Roiz de Sá, comandante da freguesia de Itajubá do termo da Vila da Campanha da Princesa, no qual o comandante afirma que naquele lugar do distrito se encontram morando e estabelecidos cerca de 70 casais, tratando e vivendo do fruto de suas lavouras, e cuja população estava acima de 300 indivíduos.
Data do documento: 8 de agosto de 1820
Local: Freguesia de Itajubá, MG
Folha: fl.3
Conjunto documental: Mesa da Consciência e Ordens
Notação: caixa 286, pct. 03
Datas-limite: 1803 – 1828
Título do fundo: Mesa da Consciência e Ordens
Código do fundo: 4J
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Correspondência do vigário Lourenço da Costa Moreira, em que solicita que seja erguida uma nova matriz da paróquia de Nossa Senhora da Soledade, pois, segundo o religioso, a maior parte da população se encontrava distante e sem auxílio espiritual dada a distância de onde se localizava a atual matriz. Segundo o padre, a freguesia que 30 anos antes possuía 700 habitantes, agora superava 3.000.
Data do documento: 28 de setembro de 1822
Local: Vila de Guaratinguetá, SP
Folha: s.fl.
Conjunto documental: Caiena
Notação: Caixa 1192
Datas-limite: 1792-1816
Título do fundo: Caiena
Código do fundo: OF
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Mapa geral do governo de Caiena e Guiana do ano de 1812, dividido por cantões e pelas seguintes categorias: indivíduos brancos, indivíduos de cor livres e escravos, subdivididos em homens, mulheres e crianças.
Data do documento: dezembro de 1812
Local: Caiena
Folha (s): 252
Conjunto documental: Caiena
Notação: Caixa 1192
Datas-limite: 1792-1816
Título do fundo: Caiena
Código do fundo: OF
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Mapa geral do governo de Caiena e Guiana de 1813, por João Henrique Sierget, escrivão da Fazenda, dividido por cantões e pelas seguintes categorias: indivíduos brancos, indivíduos de cor livres e escravos, subdivididos em homens, mulheres e crianças.
Data do documento: dezembro de 1813
Local: Caiena
Folha (s): -
Conjunto documental: Caiena
Notação: Caixa 1192
Datas-limite: 1792-1816
Título do fundo: Caiena
Código do fundo: OF
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Mapa geral do governo de Caiena e Guiana de 1814, pelo escrivão da fazenda João Henrique Sierget, dividido por cantões e pelas seguintes categorias: indivíduos brancos, indivíduos de cor livres e escravos, subdivididos em homens, mulheres e crianças.
Data do documento: dezembro de 1814
Local: Caiena
Folha (s): fl.417
Conjunto documental: Caiena
Notação: Caixa 1192
Datas-limite: 1792-1816
Título do fundo: Caiena
Código do fundo: OF
Argumento de pesquisa: População, censos
Ementa: Relação dos bens dos ausentes da colônia de Caiena incorporados à Coroa. Entre as propriedades é contabilizado o número de escravos por proprietário. Junto a essa relação há uma “relação de escravos não dependentes de uma habitação e que foram incorporados aos bens da coroa por pertencerem a ausentes”.
Data do documento: s.d.
Local: Caiena
Folha (s): 391
Conjunto documental: Mapas estatísticos de autoria de Inácio de Andrada Souto Maior Rendon, Manuel Antunes Ferreira, Alexandre Duarte Azevedo, Fernando Dias Paes Leme, dos engenhos de açúcar, engenhos de aguardente, igrejas, escravos, freguesias, portos, dos distritos da capitania do Rio de Janeiro, entre eles Cabo Frio e Campos dos Goytacazes, enviados ao Marquês de Lavradio pelos mestres de campos responsáveis pelos distritos
Notação: BR RJANRIO RD.0.RSN.58
Datas-limite: 1769 [1758-1791]
Título do fundo: Marquês do Lavradio
Código do fundo: RD
Argumento de pesquisa: população, censos
Ementa: Relação feita pelo Mestre de Campo, Alexandre Alvares Duarte e Azevedo, por ordem do Ilustríssimo Excelentíssimo Marquês do Lavradio e Vice-Rei do Estado, das freguesias pertencentes ao terceiro [distrito] de Itaboraí. São discriminados o número de escravos, a quantidade de caixas, pipas de aguardente e outros produtos plantados e colhidos nas freguesias de Nossa Senhora do Desterro de Tambi, Nossa Senhora de Santo Antonio de Sá, da Santíssima Trindade, Nossa Senhora da Ajuda de Guapimirim. Consta, ao final do documento, um resumo de tudo que compreende o terceiro distrito, sendo ignorado o número total de escravos.
Data do documento: 8 de outubro de 1778
Local: [Rio de Janeiro]
Folha(s): 24 a 28v
Conjunto documental: Mapas estatísticos de autoria de Inácio de Andrada Souto Maior Rendon, Manuel Antunes Ferreira, Alexandre Duarte Azevedo, Fernando Dias Paes Leme, dos engenhos de açúcar, engenhos de aguardente, igrejas, escravos, freguesias, portos, dos distritos da capitania do Rio de Janeiro, entre eles Cabo Frio e Campos dos Goytacazes, enviados ao Marquês de Lavradio pelos mestres de campos responsáveis pelos distritos
Notação: BR RJANRIO RD.0.RSN.58 d0002de0003
Datas-limite: 1769 [1758-1791]
Título do fundo: Marquês do Lavradio
Código do fundo: RD
Argumento de pesquisa: população, censos
Ementa: Relação das averiguações feitas nas freguesias no terceiro distrito de Irajá pelo mestre de campo Fernando Diaz Paes Leme, na qual são contabilizados, além do número de fogos, aguardente e demais produtos, o número de escravos dos engenhos pertencentes às freguesias do Engenho Velho, de Inhaúma, de Irajá, de São João de Miriti e do Pilar do Iguaçu.
Data do documento: 1779
Local: [Rio de Janeiro]
Folha(s): 29 a 32v
Conjunto documental: Mapas estatísticos de autoria de Inácio de Andrada Souto Maior Rendon, Manuel Antunes Ferreira, Alexandre Duarte Azevedo, Fernando Dias Paes Leme, dos engenhos de açúcar, engenhos de aguardente, igrejas, escravos, freguesias, portos, dos distritos da capitania do Rio de Janeiro, entre eles Cabo Frio e Campos dos Goytacazes, enviados ao Marquês de Lavradio pelos mestres de campos responsáveis pelos distritos
Notação: BR RJANRIO RD.0.RSN.58
Datas-limite: 1769 [1758-1791]
Título do fundo: Marquês do Lavradio
Código do fundo: RD
Argumento de pesquisa: população, censos
Ementa: Relação das freguesias, fogos, vigários, clérigos, sacristãos, engenhos de açúcar e de aguardente e escravos das vilas, arraiais e aldeias de índios do distrito da Vila de Angra dos Reis da Ilha Grande de autoria do sargento maior João de Abreu Pereira.
Data do documento: 15 de novembro de 1778
Local: [Rio de Janeiro]
Folha(s): 33 a 35v
Conjunto documental: Mapas estatísticos de autoria de Inácio de Andrada Souto Maior Rendon, Manuel Antunes Ferreira, Alexandre Duarte Azevedo, Fernando Dias Paes Leme, dos engenhos de açúcar, engenhos de aguardente, igrejas, escravos, freguesias, portos, dos distritos da capitania do Rio de Janeiro, entre eles Cabo Frio e Campos dos Goytacazes, enviados ao Marquês de Lavradio pelos mestres de campos responsáveis pelos distritos
Notação: BR RJANRIO RD.0.RSN.58
Datas-limite: 1769 [1758-1791]
Título do fundo: Marquês do Lavradio
Código do fundo: RD
Argumento de pesquisa: população, censos
Ementa: Relação das freguesias, fogos, vigários, clérigos, sacristãos, engenhos de açúcar e de aguardente e escravos das vilas, arraiais e aldeias do distrito da Vila de Paraty de autoria do sargento maior João de Abreu Pereira.
Data do documento: 15 de novembro de 1778
Local: [Rio de Janeiro]
Folha(s): 36 a 37v
Conjunto documental: Mapas estatísticos de autoria de Inácio de Andrada Souto Maior Rendon, Manuel Antunes Ferreira, Alexandre Duarte Azevedo, Fernando Dias Paes Leme, dos engenhos de açúcar, engenhos de aguardente, igrejas, escravos, freguesias, portos, dos distritos da capitania do Rio de Janeiro, entre eles Cabo Frio e Campos dos Goytacazes, enviados ao Marquês de Lavradio pelos mestres de campos responsáveis pelos distritos
Notação: BR_RJANRIO_RD_0_RSN_0058
Datas-limite: 1769 [1758-1791]
Título do fundo: Marquês do Lavradio
Código do fundo: RD
Argumento de pesquisa: população, censos
Ementa: Relação das vilas e aldeias que há nos distritos de Vila de São Salvador e Vila de São João da Barra.
Data: [Rio de Janeiro]
Local: [Rio de Janeiro]
Folha(s): 8 e 8v
Conjunto documental: Mapas estatísticos de autoria de Inácio de Andrada Souto Maior Rendon, Manuel Antunes Ferreira, Alexandre Duarte Azevedo, Fernando Dias Paes Leme, dos engenhos de açúcar, engenhos de aguardente, igrejas, escravos, freguesias, portos, dos distritos da capitania do Rio de Janeiro, entre eles Cabo Frio e Campos dos Goytacazes, enviados ao Marquês de Lavradio pelos mestres de campos responsáveis pelos distritos
Notação: BR_RJANRIO_RD_0_RSN_0058
Datas-limite: 1769 [1758-1791]
Título do fundo: Marquês do Lavradio
Código do fundo: RD
Argumento de pesquisa: população, censos
Ementa: Relação das declarações que na conformidade das ordens do Ilmo. Exmo. Sr. Marquês Vice-rei faz ao mestre de campo Miguel Antunes Pereira.
Data do documento: 29 de novembro de 1778
Local: [Rio de Janeiro]
Folha(s): 38 a 41
-
Classes censitárias da capitania da Bahia
Cópia da correspondência de Martinho de Mello e Castro, ministro e secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos, a Manoel da Cunha e Menezes, governador da Bahia, sobre a solicitação da Coroa de que fosse encaminhada anualmente à Secretaria de Estado uma relação do número de habitantes daquela capitania, dividida em dez classes que haviam sido especificadas anteriormente.
Conjunto documental: Mapas de população de províncias
Notação: Caixa 761
Datas-limite: 1776 – 1864
Título do fundo: Vice-reinado
Código do fundo: D9
Argumento de pesquisa: População, censos
Data do documento: 21 de maio de 1776
Local: Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, Lisboa
Folha (s): fl.1-2Sua Majestade tem incumbido aos governadores e capitães generais dos seus domínios ultramarinos[1] de lhe mandarem todos os anos uma relação do número de habitantes compreendidos nos distritos dos seus diferentes governos, servindo-se para este efeito do benefício dos párocos[2] e mandando-os auxiliar pelos seus ministros de Justiça que é o meio de se poderem conseguir estas relações com maior prontidão e facilidade. E como a cooperação de V.Excia. também a de contribuir muito ao dito fim. É o mesmo senhor servido que vendo V.Excia. a cópia inclusa que se remete a cada um dos sobreditos governadores do método com que se devem formar as referidas relações até todas as providências e aplique todos os meios que lhe parecerem mais próprios de acordo com o governador e capitão general[3] dessa capitania[4], para que elas se façam com a devida clareza e exatidão com que devem chegar à real presença de El Rei N. Sr.
Deus guarde a V.Excia. Palácio de N. Sra. Da Ajuda em 21 de maio de 1776. Martinho de Mello e Castro. Sr. Arcebispo da Bahia
A relação que Sua Majestade manda formar do número dos habitantes dessa capitania se deve dividir nas classes seguintes:
Primeira classe: todas as crianças do sexo masculino até a idade de sete anos
Segunda classe: todos os rapazes desde a idade de sete anos até a idade de quinze anos
Terceira classe: todos os homens desde a idade de quinze anos até a idade de sessenta
Quarta classe: todos os velhos desde a idade de sessenta anos para cima com especificação particular de todos os que passarem de noventa anos
Quinta classe: todas as crianças do sexo feminino até a idade de sete anos completos
Sexta classe: todas as raparigas desde a idade de sete anos até a idade de quatorze
Sétima classe: todas as mulheres desde a idade de quatorze anos até a idade de quarenta
Oitava classe: todas as adultas e as velhas desde a idade de quarenta anos para cima, com especificação particular de todas as que passarem de noventa
Nona classe: todos os nascimentos acontecidos no ano em que se tirar esta relação
Décima classe: todas as mortes acontecidas no mesmo ano.
Acrescentando ao que participei a V.Sª. de ordem de Sua Majestade, para que anualmente remetesse a esta Secretaria de Estado[5] uma relação do número dos habitantes dessa capitania, dividida nas dez classes insinuadas na mesma ordem, devo novamente dizer-lhe que para que a mesma relação se faça com a possível exatidão foi o mesmo Sr. servido incumbir também essa diligência ao bispo dessa capitania, para que de acordo com a V. Sª. Igualmente incumbirá também a mesma diligência aos ministros de Justiça, para que todos concorram para mais exatamente se observarem as reais ordens, sobre um ponto de tanta importância como é o de saber Sua Majestade o número de vassalos[6] que habitam nos seus domínios.
Deus guarde a V. Sª. Palácio de N. Srª da Ajuda em 21 de maio de 1776. Martinho de Mello e Castro. Senhor Manoel da Cunha e Menezes
[1] ULTRAMAR: termo também utilizado para se referir aos domínios ultramarinos, designava as possessões de além-mar, as terras conquistadas e colonizadas no período da expansão marítima e comercial europeia, ocorrida a partir do século XV. No caso português, as possessões coloniais espalhavam-se pelos continentes africano, americano e asiático, tendo como principais cidades Luanda e Benguela na África, Macau e Malaca na Ásia, e Rio de Janeiro e Salvador na América.
[2] PÁROCO: Membro do clero secular responsável por uma paróquia ou freguesia. O pároco, ou cura de almas, estabelecia contato mais direto com a população atuando como agente da Igreja no controle social, moral e religioso de seus fiéis, uma vez que, sob sua jurisdição, estavam as menores unidades espaciais eclesiásticas, as freguesias. Desempenhavam, além das funções religiosas como promover os cultos, pregações e sacramentos, outras relacionadas à regulação da convivência comunitária. Entre suas atribuições constava a elaboração de “róis de confessados”, chamados Liber Status animarum, lista dos fregueses maiores de sete anos que havia ou não cumprido o sacramento da confissão, obrigatório no período da quaresma. A partir destes róis, os párocos preenchiam censos anuais com informações acerca dos habitantes da freguesia.
[3] CAPITÃO GENERAL: era responsável pelo governo de uma capitania geral, territórios administrados diretamente pela Coroa, em contraste com as donatárias, atribuídas a particulares, como Bahia, Pernambuco e Minas Gerais, por exemplo. Em tese, seria subordinado ao vice-rei, mas, como a autoridade deste se diluía com as distâncias e a presença dos governadores e capitães-generais que se comunicavam diretamente com a metrópole, na prática tal subordinação não funcionou na maioria das capitanias da América portuguesa.
[4] CAPITANIA: também conhecidas como capitanias-mores, compuseram o sistema administrativo que organizou o povoamento de domínios portugueses no ultramar. A partir do século XIII, seguindo um sistema já empregado sobre as terras reconquistadas, típico do senhorio português de fins da Idade Média Portugal utilizou-as amplamente para desenvolver seus territórios, fazendo concessões de jurisdição sobre extensas áreas aos capitães donatários. Essas doações eram formalizadas na Carta de Doação e reguladas pelo Foral, documento que estabelecia os direitos e deveres dos donatários. No Brasil, o sistema de capitanias foi implantado, em 1534, por d. João III, com a doação de 14 capitanias como solução para a falta de recursos da Coroa portuguesa para a ocupação efetiva de suas terras na América. Esse sistema não alcançou o sucesso esperado em função de diversos fatores, tais como: os constantes ataques indígenas, a enorme extensão das terras e a falta de recursos financeiros. Inicialmente, as capitanias eram hereditárias e constituíam a base de administração colonial proposta pela coroa portuguesa. O donatário tinha uma série de direitos, entre eles a criação de vilas e cidades e de superintender a eleição dos camaristas, além de doar terras e dar licença às melhorias de grande porte em instalações como nos engenhos. Também recebia uma parte dos impostos cobrados entre aqueles que seriam destinados à Coroa (Johnson, H. Capitania donatária. In: Silva, Mª B. Nizza da. (org.). Dicionário da colonização portuguesa no Brasil,1994). Embora tenha sido aplicado com relativo sucesso em outros domínios portugueses, no Brasil, o sistema não funcionou bem e com o tempo a maioria delas voltou para a posse da Coroa, passando a denominar-se “capitanias reais.”. Em 1621, o território português na América dividia-se em Estado do Brasil e Estado do Maranhão, que reunia três capitanias reais (Maranhão, Ceará e Grão-Pará), além de seis hereditárias. A transferência da sede do Estado do Maranhão de São Luís para Belém e a mudança de nome para Estado do Grão-Pará e Maranhão, ocorridas em 1737, atestam a valorização da região do Pará, fornecedora de drogas e especiarias nativas e exóticas. Entre 1752 e 1754, as seis capitanias hereditárias foram retomadas de seus donatários e incorporadas ao Estado, enquanto, em 1755, a parte oeste foi desmembrada em uma capitania subordinada: São José do Rio Negro. Em sua administração, o marquês de Pombal extinguiu definitivamente as capitanias hereditárias em 1759. Esta decisão fez parte de uma reforma administrativa, levada a cabo por Pombal, que visava erguer uma estrutura administrativa e política que atendesse aos desafios colocados pelo Tratado de Madri, de 1750, segundo o qual “cada um dos lados mantém o que ocupou.” Também era uma tentativa de resposta aos problemas de comunicação inerentes a um território tão extenso que, de forma cada vez mais premente, precisava ser ocupado e explorado em suas regiões mais limítrofes e interiores. O Estado do Grão-Pará e Maranhão foi dissolvido em 1774. Suas capitanias foram depois transformadas em capitanias gerais (Pará e Maranhão) e subordinadas (São José do Rio Negro e Piauí), e integradas ao Estado do Brasil. Entre 1808 e 1821, os termos “capitania” e “província” apareciam na legislação e na documentação corrente para designar unidades territoriais e administrativas do império luso-brasileiro.
[5] SECRETARIAS DE ESTADO DO REINO: Em 28 de julho de 1736, d. João V empreendeu um conjunto de reformas que tencionava tornar a administração pública portuguesa menos burocrática e mais ágil. Para isso, reorganizou as secretarias de Estado e atribuiu a elas instâncias mais precisas. Criaram-se, então, três secretarias: a dos Negócios Interiores do Reino; a da Marinha e Domínios Ultramarinos e a dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Este sistema vigorou por mais de 50 anos, sendo alterado somente em dezembro de 1788, com a instituição da Secretaria dos Negócios da Fazenda, cuja organização só se completou em janeiro de 1801. Apesar de serem todas igualmente importantes para a governação do Estado, destaca-se a relevância política e funcional da Secretaria dos Negócios Interiores do Reino, também chamada Secretaria de Estado dos Negócios do Reino que, além de exercer numerosas funções e atuar em diversas áreas, como nos negócios eclesiásticos e no expediente do Paço e Casa Real, mantinha uma relação mais direta com o rei, recebendo as suas consultas, tratando dos seus despachos e os remetendo aos tribunais. Desta forma, zelava pelo controle de todo o processo burocrático e de informação, adquirindo uma posição de centralidade diante das outras secretarias. A Secretaria de Estado da Marinha e dos Domínios Ultramarinos cuidava dos assuntos relativos à marinha de Portugal, no âmbito civil e militar (não bélico), e dos assuntos concernentes às colônias e territórios portugueses do além-mar. Englobava o Conselho Ultramarino, que compartilhava das mesmas competências. Já a Secretaria dos Negócios Estrangeiros e da Guerra ficaria responsável pela política externa – como as negociações de paz, acordos comerciais, alianças e casamentos –, pelo exército e serviços relacionados – fortificações, armazéns de munições, hospitais – e administraria, ainda, a respectiva Contadoria Geral. Em 1808, com a vinda da Corte para o Brasil, os órgãos da administração do Império português foram recriados e a Secretaria de Estado dos Negócios do Reino foi denominada Secretaria de Estado dos Negócios do Brasil. Esta denominação foi alterada com a elevação do Estado do Brasil à categoria de Reino, em 1816, quando a secretaria voltou ao nome original, Negócios do Reino.
[6] VASSALO: Súdito do rei, independentemente de sua localização no Império. Até o século XV, o título “vassalo” era empregado para designar homens fiéis ao rei, aqueles que o serviam na guerra, sendo, portanto, cavaleiros ou nobres de títulos superiores. Em troca do apoio e serviços realizados, recebiam tenças (pensões), dadas, inicialmente, a todos os vassalos e seus filhos varões. Na medida em que se pulverizaram as distribuições destes títulos, principalmente por razões de guerra (a conquista de Ceuta foi a mais significativa nesse processo), e que eles começaram a ser mais almejados, principalmente pelos plebeus e burgueses em busca de mercês e de aproximação com a realeza, o rei diminui a concessão dos títulos, e, mais importante, das tenças. A esta altura, as dificuldades financeiras da monarquia também empurraram para a suspensão da distribuição dos títulos e benefícios. O rei passa, então, a conceder mercês e vantagens individuais, e o termo vassalo se esvazia do antigo significado de título, passando a indicar homens do rei, súditos e habitantes do reino, de qualquer parte do Império.
Mapas estatísticos das vilas de São Salvador e São João da Barra
Relação das vilas e aldeias que há nos distritos de Vila de São Salvador e Vila de São João da Barra.
Conjunto documental: Mapas estatísticos de autoria de Inácio de Andrada Souto Maior Rendon, Manuel Antunes Ferreira, Alexandre Duarte Azevedo, Fernando Dias Paes Leme, dos engenhos de açúcar, engenhos de aguardente, igrejas, escravos, freguesias, portos, dos distritos da capitania do Rio de Janeiro, entre eles Cabo Frio e Campos dos Goytacazes, enviados ao Marquês de Lavradio pelos mestres de campos responsáveis pelos distritos
Notação: BR_RJANRIO RD 0 RSN 0058
Datas-limite: 1769 [1758-1791]
Título do fundo: Marquês do Lavradio
Código do fundo: RD
Argumento de pesquisa: população, censos
Data:8 de dezembro de 1816
Local: [Rio de Janeiro]
Folha(s): 8 e 8vVeja este documento na íntegra
Relação das Vilas e Aldeias que há no distrito
A vila de S. Salvador que fica à margem do rio Paraíba da parte do sul.
A vila de S. João da Barra à margem do mesmo rio pela mesma parte.
A aldeia de Santo Antonio de Guarulhos, que é freguesia e dista meia légua da vila de S. Salvador, à margem do mesmo rio da parte do norte, a qual suposto seja de índios[1], com tudo só tem oriundo dela três e seis entre machos e fêmeas adventícios[2] agregados à mesma, como consta da informação do vigário[3] e toda a mais gente da dita freguesia[4] é de brancos e libertos porque os maios índios todos têm morrido.
A aldeia do capitão Felipe, que se acha no Rio de Janeiro, chamada da Gamboa, de nação Coroado[5], situada à margem do rio Paraíba da parte do sul, em terras que se supõem serem das que Sua Majestade tem na mesma paragem, que se acham por medir e de marcar em distância de sete ou oito léguas da vila, em que se diz tem sete ou oito casais, e mais alguns solteiros de menor, e velhos que são batizados, domésticos e dados com os brancos, além de outros muitos que andam dispersos pelo mesmo sertão[6], divididos em famílias particulares.
Para cima da dita aldeia pela margem do dito rio até Minas dizem que há mais de 60 aldeias do mesmo Coroado, que se compõem cada uma de uma casa grande com poucos casais as mais delas e que algumas têm até meia dúzia de casas, e que todos se comunicam uns com os outros.
Para cima das cachoeiras do rio Muri se há outra qualidade de gentio[7] bravo, a que chamam Puris[8], que dizem anda sempre dispersa pelos matos em guerra com o Coroado que fica entre um e outro rio, de que tem morto muitos, e que não tem aldeia certa.
A aldeia do sertão do rio Macaé da parte do norte, que é freguesia do gentio chamados Guarulhos, um dia de viagem da povoação de Macaé, e tem aldeados entre solteiros e casados 20 ou 25, além de muitos que andam dispersos pelo sertão.
Na foz do rio Macaé acha-se um princípio de povoação[9] com esperança de se fazer
[1] ÍNDIOS: europeus, ao chegarem à América, deram a seus habitantes a denominação de índios por pensarem estar pisando terras das Índias. Mesmo depois que suas explorações os levaram a perceber seu engano, os habitantes do Novo Mundo continuaram a ser chamados de índios, imputando o termo às mais diversas populações que habitavam o território, numa clara perspectiva etnocêntrica. Índios eram os não-europeus. A categoria índio abrange populações muito diferentes entre si, quer seja do ponto de vista físico, linguístico ou dos costumes. Contudo, esse termo genérico é amplamente encontrado na legislação e em documentos da coroa portuguesa. Em algumas situações, o termo pode vir associado a qualificações como índios bravos/hostis ou índios mansos. Em outras ocasiões, faz-se uma diferenciação entre os índios tupi, que majoritariamente habitavam a costa brasileira, e tapuias, aqueles não tupi. Todavia, o termo encerra uma natureza homogeneizadora, não raro eivado de preconceitos, que visa omitir o caráter pluriétnico de uma população que girava em torno de cinco milhões em 1500 e que, um século depois se reduziria a quatro milhões pelas epidemias das populações do litoral atlântico, que sofreram o primeiro impacto da civilização. A depopulação prossegue, entre 1600 e 1700, não só pelas doenças, mas pelo trabalho escravo e pelas guerras, reduzindo a população indígena para cerca de dois milhões. Ao final de período colonial, estima-se que essa população estivesse reduzida a um milhão.
[2] ADVENTÍCIO: termo adventício refere-se a algo ou alguém que veio “de fora”, estrangeiro, forasteiro. Os povos de origem latina são adventícios na América, porque não era a raça latina que ocupava o continente quando da sua conquista. Assim, adventício diz respeito a indivíduo ou etnia vinda de outro local, de outra região, e que se fixa no lugar onde se encontra. Os machos e fêmeas adventícios são homens e mulheres que vieram de outra localidade para se instalarem em um novo território ou aldeia.
[3] VIGÁRIO: na hierarquia da Igreja Católica, compete ao bispo diocesano governar a Igreja que lhe foi confiada, com poder legislativo, executivo e judicial. O próprio bispo exerce o poder legislativo e o poder executivo, mas pode dividi-los com os vigários gerais ou episcopais, da mesma forma que o poder judicial pode ser compartilhado com um vigário judicial e juízes. Nas paróquias, os vigários – que também são nomeados pelo bispo – atuam junto aos párocos e ambos precisam estar em comunhão com toda Igreja. O vigário paroquial não trabalha como um subalterno, mas possui todas as responsabilidades para com a evangelização, zelando pela vida pastoral. A área da sua competência pode ser restringida ou ampliada a várias paróquias.
[4] FREGUESIA: em Portugal, as divisões administrativas das províncias estavam organizadas de acordo com a seguinte escala: cidades, vilas, freguesias e aldeias. Cada freguesia possuía uma situação jurídica própria, podendo ser de primeira, segunda ou terceira ordem. A freguesia de primeira ordem agrupava mais de 5.000 pessoas. As de segunda ordem, entre 800 e 5.000, e as de terceira ordem, menos de 800 pessoas. Em cada freguesia havia um regedor que era o representante da autoridade municipal e diretamente dependente do presidente da câmara municipal. O termo paróquia era utilizado como sinônimo de freguesia, na esfera eclesiástica, portanto fregueses, neste caso, são os membros de uma paróquia.
[5] COROADO: designação genérica, atribuída aos povos indígenas não Tupi, da família linguística macro-jê, que habitavam desde o Mato Grosso até o oeste de Santa Catarina, passando por São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Esse nome lhes foi conferido por cortarem os cabelos no meio da cabeça, à maneira dos frades capuchinhos, conservando não mais do que uma calota de cabelos. Tidos pelos agentes do governo colonial como desumanos e intratáveis, os Coroados são descritos pelo botânico francês Auguste Saint-Hilaire (Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: EDUSP, 1975. p. 30), que percorreu a região leste do Brasil na primeira metade do século XIX, como pertencendo “à tribo mais disforme da natureza encontrada durante a minha permanência no Brasil. Aos traços da raça americana, tão diferente da nossa, acresciam uma fealdade peculiar a sua nação: eram de estatura pequena; na sua cabeça, achatada em cima e de um tamanho enorme, mergulhava em largas espáduas; uma nudez quase completa deixava a descoberto sua repelente sujeira; longos cabelos negros caiam em desordem sobre os ombros; a pele de um escuro baço estava salpicada aqui e ali pelo urucu; percebia-se através de sua fisionomia algo de ignóbil, que não observei entre outros índios, e enfim, uma espécie de embaraço estúpido traía a ideia que eles próprios tinham de sua inferioridade. Esse conjunto verdadeiramente horrendo me impressionou muito mais do que esperava, e fez nascer em mim um sentimento de piedade e humilhação”.
[6] SERTÃO: categoria que povoa há muito a historiografia brasileira, desde os primeiros cronistas e viajantes dos séculos XVI ao XIX, até historiadores dos séculos XIX e XX, que o elegeram como objeto de estudo, entre eles Capistrano de Abreu e Sérgio Buarque de Holanda. É um conceito chave na construção do imaginário regional, na relação de alteridade com o litoral – na qual um define ao outro – e na construção do conceito de nação. Há uma extensa discussão filológica acerca da origem da palavra sertão, e de qual termo latino ela deriva. De deserto ou de certão, em ambas acepções, a ideia que encerra é sempre do interior, local vazio, despovoado, selvagem, distante do litoral, região de fronteira, mas não necessariamente seca, como atualmente se usa para referir à região do semiárido nordestino. No Brasil, é preciso reforçar, não houve um só sertão, mas vários. Desde o início da colonização, o termo aparece no vocabulário daqueles que descreviam as novas terras desbravadas. Ora usado para o interior da capitania de São Vicente, ora para referir às minas gerais, ou para o centro-oeste, em Mato Grosso ou Goiás, era também o interior do Nordeste e as regiões quase inatingíveis da Amazônia. Durante o povoamento, o sertão estava sempre nas franjas das frentes que avançavam em direção ao oeste, se opondo ao litoral. Se a faixa litorânea, mais povoada, representava o ideal de “civilização” – as cidades, o local da administração colonial e do exercício do poder –, por oposição o sertão se definiria como a terra sem lei, inculta, das guerras contra o gentio selvagem, do vazio populacional. No entanto, para aqueles que não encontravam um lugar no mundo da ordem, o sertão também representou a terra promissora, das riquezas ainda inexploradas, da liberdade para escravos e condenados que para lá fugiam, da mestiçagem entre as “raças”, do encontro entre as culturas e línguas. Apesar de em princípio se situar fora da ordem colonial, o sertão estava sempre sendo conquistado, ocupado, em vias de se civilizar, e avançava: a expansão para dentro da colônia era constante e estava diretamente atrelada às atividades econômicas. A produção açucareira interiorizou os engenhos no Nordeste, a mineração promoveu a penetração desde as Minas Gerais até Goiás, os bandeirantes [bandeiras] também foram responsáveis pelo avanço mais ao Sul, desbravando terras e capturando índios, e a pecuária foi um instrumento importante na conquista dos territórios do interior, o gado e as tropas avançando junto com o povoamento. Nas províncias do Norte, a coleta das drogas “do sertão” foi fundamental para a abertura de novos caminhos e a ocupação de regiões distantes e de difícil acesso na mata. Para além de meramente espacial, o sertão é uma categoria cultural que influi até hoje na construção das identidades regionais Brasil afora, na música, na literatura e nas demais manifestações artísticas, seja no interior como no litoral.
[7] GENTIO: a designação foi empregada, ao longo da história da conquista da colônia, para se referir ao índio não cristão, àquele que não havido sido integrado na órbita colonial luso-brasileira. Gentio é um termo usualmente relacionado a “bárbaros”, “selvagens”, “bravos”, “gentio”, ou ainda “tapuia” sem muita distinção, contribuindo para a construção de um recurso jurídico visando a decretação de guerra justa, escravização dos índios e liberação de terras para os colonos. Em carta a Mem de Sá, em 1558, o rei recomenda que os colonos apoiem os jesuítas na tarefa mais importante da política real do Brasil, quer dizer, na conversão dos pagãos “porque o principal e primeiro intento que tenho em todas as partes da minha conquista é o aumento e conservação da nossa santa fé e conversão dos gentios delas”. Em Apontamento de coisas do Brasil (1558), Nóbrega se refere ao gentio como “de qualidade que não se quer por bem, senão por temor e sujeição, como se tem experimentado e por isso se S.A. os quer ver todos convertidos mande-os sujeitar e deve fazer estender os cristãos pela terra adentro e reparti-lhes o serviço dos índios àqueles que os ajudarem a conquistar e senhorear, como se faz em outras partes de terras novas, e não sei como se sofre, a geração portuguesa que entre todas as nações é a mais temida e obedecida, estar por toda esta costa sofrendo e quase sujeitando-se ao mais vil e triste gentio do mundo.” (Ribeiro, D. e Moreira Neto, C.A. A fundação do Brasil. Petrópolis: Vozes, 1992: 121)
[8] PURIS: grupo indígena do tronco linguístico Macro-Jê, viviam no sudeste da América portuguesa, nos atuais estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, no território banhado pelas bacias dos rios Paraíba do Sul, Grande e Doce. Com população estimada em oito mil pessoas nos anos iniciais de colonização, os relatos sobre os Puris são devidos aos cronistas europeus, que, com frequência, identificavam-nos como bravos, selvagens, guerreiros, indomáveis. É atribuído ao corsário inglês Anthony Knivet o primeiro registro sobre os Puris, quando em expedição pelo vale do rio Paraíba entre os anos de 1596 e 1597. Sucederam-se as notícias de Wilhelm Ludwig von Eschwege e Maximiliano Alexandre Philipp Wied-Neuwied, que os descrevem como de baixa estatura, “robustos, largos, achatados, pescoço curto e grosso, formas arredondadas, pés largos e dedos grandes, pele macia de cor parda-escura, cabelo comprido liso de cor negra, sem cabelo nas axilas e peito, rosto largo, testa estreita, nariz curto, olhos pequenos, boca pequena e dentes claros”, nas palavras dos naturalistas Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich Martius. Além de embates com grupos que habitavam a região, como os Botocudos, os Puris foram alvo de um forte processo de catequização, notadamente em função da mineração, que provocou um extermínio efetuado por expedições desbravadoras. Tidos como extintos, foram identificados, pelo censo do IBGE de 2010, 675 Puris, com maior concentração em Minas Gerais, que guardam a língua, a história, os costumes e outros saberes.
[9] POVOAÇÃO: o início da colonização portuguesa nas Américas, o povoamento não foi visto como um problema, uma vez que o projeto colonizador se voltava para a exploração dos recursos naturais. No entanto, não tardaria que a política de povoamento adotada por Portugal fosse alterada. A preocupação constante com a defesa do território contra invasões estrangeiras e a crescente mestiçagem entre os colonizadores e as naturais da terra impuseram a necessidade da vinda de mulheres brancas, numa tentativa de ocupar demograficamente a colônia. Órfãs, prostitutas, não importava tanto a origem e classe social, a emigração feminina passa a ser estimulada. A opção pela vida religiosa, fosse na metrópole ou na própria colônia, representava uma ameaça às novas necessidades da coroa lusa. Já em 1603, o rei de Portugal manifesta-se em carta régia contra a fundação de um convento feminino no Brasil, alegando ser um obstáculo ao necessário povoamento da colônia. Além de portugueses que vieram para o Brasil colônia, deve-se mencionar a migração açoriana no século XVII em direção ao Pará e Maranhão e no século XVIII para o sul do Brasil, principalmente Santa Catarina e Rio Grande de São Pedro, a vinda de franceses e holandeses, relacionada sobretudo às ocupações de ambos os países em território brasileiro, e a entrada de suíços, alemães e chineses durante o reinado de d. João VI. É importante destacar, também, o papel da migração forçada de africanos como escravos para a América portuguesa, durante os séculos de colonização, estimada em cerca de 5 milhões de africanos.
Freguesia de Inhomerim
Carta de Domingos Francisco Ramos Fialho ao desembargador ouvidor da comarca, Manoel Pedro Gomes, justificando a demora no envio da contagem de fogos e habitantes contidos no território da Serra de Boa Vista, freguesia de Inhomerim.
Conjunto documental: Estatística de cidades, vilas, escolas, boticas, eleitores, batismos, casamentos, óbitos, população, etc. de várias províncias
Notação: códice 808, vol. 02
Datas-limite: 1790 – 1849
Título do fundo: Diversos códices – SDH
Código do fundo: NP
Argumento de pesquisa: População, censos
Data do documento: 8 de dezembro de 1816
Local: Freguesia de Inhomerim, Rio de Janeiro
Folha (s): 54Veja esse documento na íntegra
Ilmo. Sr.
Freguesia de Inhomerim em Serra acima
Não me foi possível satisfazer com mais brevidade a recomendação que V. Sa. designou fazer-me na sua carta de 26 de outubro precedente, relativa à averiguação do número de fogos[1], habitantes que contém o território da serra da Boa Vista, pelo que pertence a freguesia[2] de Inhomerim, por depender esta fastidiosíssima diligência dos oficiais das companhias que se acham ali estabelecidas, os quais na ocasião se empregavam no recrutamento e foi este também o motivo de retardar a remessa que me fizeram das competentes relações que se exigiu a execução que requeria o mapa junto que remeto. Queira V.Sa. por sua bondade disfarçar a demora que houve atendendo a larga extensão daquele território que indispensavelmente permitiria a dita diligência retardado tempo em concluir-se.
Persuado-me que com toda a execução foi executada, porque no ano de 1810 todo aquele território continha 2.412 pessoas, mostrando agora o aumento de 891 pelo povo que tem concorrido a estabelecer-se por aqueles lugares.
Lisonjeio-me muito de ter ocasião de prestar-me em tudo quanto V.Sa. for servido querer utilizar-se da minha obediência permitindo-me a honra dos seus mandados.
Deus guarde a V.Sa. Quartel de Inhomerim, 8 de dezembro de 1816
Ilmo. Sr. Desembargador Ouvidor da Comarca
Manoel Pedro Gomes
Domingos Francisco Ramos Fialho
[1] FOGOS: Termo normalmente utilizado em registros censitários para designar a unidade domiciliar. No período colonial, os censos realizavam-se com base em listas nominativas feitas vila a vila. As listagens organizavam os “fogos”, isto é, os domicílios. Cada registro de fogo incluía todas as pessoas que habitavam aquele domicílio, começando pelo chefe de família e seu cônjuge, seguido dos filhos homens, das filhas, dos expostos e dos enjeitados (em alguns casos, sobrinhos e netos), agregados (pessoas livres, parentes ou não) e escravos, se houvesse. Os escravos eram apenas contados, seus nomes não eram incluídos. O chefe da família era, geralmente, o homem mais velho. Em certas ocasiões, os fogos podiam ser chefiados por mulheres, no caso de maridos ausentes, falecidos ou inexistentes. A formação de novas famílias pelo casamento e a chegada de casais na capitania correspondiam à constituição de novos “fogos”. Em outras palavras, o número de “fogos” seguia de perto o crescimento por casamento e por imigração, das famílias “livres”.
[2] FREGUESIA: Em Portugal, as divisões administrativas das províncias estavam organizadas de acordo com a seguinte escala: cidades, vilas, freguesias e aldeias. Cada freguesia possuía uma situação jurídica própria, podendo ser de primeira, segunda ou terceira ordem. A freguesia de primeira ordem agrupava mais de 5.000 pessoas. As de segunda ordem, entre 800 e 5.000, e as de terceira ordem, menos de 800 pessoas. Em cada freguesia havia um regedor que era o representante da autoridade municipal e diretamente dependente do presidente da câmara municipal. O termo paróquia era utilizado como sinônimo de freguesia, na esfera eclesiástica, portanto fregueses, neste caso, são os membros de uma paróquia.
Vila de Guaratinguetá
Correspondência do vigário Lourenço da Costa Moreira, em que solicita que seja erguida uma nova matriz da paróquia de Nossa Senhora da Soledade, pois, segundo o religioso, a maior parte da população se encontrava distante e sem auxílio espiritual dada a distância de onde se localizava a atual matriz.
Conjunto documental: Mesa da Consciência e Ordens
Notação: caixa 286, pct. 03
Datas-limite: 1803 – 1828
Título do fundo: Mesa da Consciência e Ordens
Código do fundo: 4J
Argumento de pesquisa: População, censos
Data do documento: 28 de setembro de 1822 Local: Vila de Guaratinguetá, SP
Folha:-
Veja esse documento na íntegraEm observância do que me foi determinado pela Secretaria de Estado dos Negócios da Justiça, e me foi intimado pelo juiz de fora da vila da Campanha da Princesa[1], sobre um requerimento, que dirigiu a SAR o capitão Custodio Manuel Rodrigues, e outros moradores desta freguesia de Itajubá, passo a responder imparcial sobre o objeto de que tratam em a sua representação.
Na era de setecentos e sessenta e dois em que foi ereta essa freguesia pelo Exmo. Bispo que então existia d. Frei Antonio da Madre de Deus, e o lugar da mesma foi em distância hoje da matriz légua e meia para a parte da serra denominada o Arraial Velho, e passados alguns anos os fregueses[2] vieram povoar este lugar porque nele achavam melhor conveniência em lavras[3] de ouro, aqui se estabeleceram dita freguesia de Itajubá, em tempo, que os habitantes não se ocupavam senão em procurar ouro pelos córregos. Os sertões[4] circunvizinhos se achavam despovoados, e sem cultura alguma, e pelo decurso dos anos entravam os moradores a estenderem-se, estabelecendo-se com lavouras e criações deixando-se inteiramente do uso mineral e de tal sorte se tem povoado, que existindo esta freguesia há 30 anos com 700 pessoas, hoje se acha com mais de 3 mil. A parte mais povoada é aquela que compreende o Sapucaí, de sorte que os casais mais bem estabelecidos e de maior aplicação à agricultura[5] se acham naquele terreno, existindo da parte da freguesia muito poucos moradores a proporção do povo que se acha no dito sertão, e porque estes pela distância da sua matriz se achavam privados do pasto espiritual[6] sendo a maior porção dos fregueses desta paróquia e de distância de sete a nove léguas e já no tempo de meu antecessor recorreram a S. Excia. Reverendíssima de quem obtiveram despacho para mudança da sua igreja e o reverendo visitador nesse tempo com o reverendo pároco e mais povo foram ao lugar que designaram mais próprio no centro dos fregueses para aí levantarem a nova matriz, e isto a requerimento da maior parte dos fregueses que constituem a paróquia de Itajubá. Entrando eu no ministério paroquial, e conhecendo a justiça daqueles fregueses tão distantes, não fiz mais do que convir com os seus votos aprovando o recorrerem a S. Excia. Reverendíssima e concordando com os seus desejos, em no lugar já designado deram princípio à nova matriz, e continuam a conclui-la com grande fervor.
É verdade que estabelecida a freguesia no mencionado lugar designado, fica ela no centro dos fregueses, e com facilidade para poder-se-lhe administrar o pasto espiritual, por quanto para todos os bairros povoados se pode passar sem trânsito de serra, o que é impraticável neste lugar donde existe presentemente a freguesia, porque para qualquer parte se encontram serras, e caminhos muito agrestes. Parece racionável que existindo a maior parte dos fregueses por não dizer quase [...].
Os fregueses todos na circunvizinhança da nova igreja que pretendem, fiquem estes privados do seu cômodo por condescender com a insignificante porção de fregueses que moram perto desta matriz antiga ainda quando o mesmo capitão Custódio e outro capitão desta freguesia tem as companhias de seu comando juntas a nova igreja, donde necessariamente devem frequentar para satisfação dos deveres da sua comandança. O exposto é verdade e eu não propendo por interesse algum mais que pelo bem público, que resulta desta nova igreja sujeitando-me submissamente ao que me foi determinado em nome de SAR.
Vila de Guaratinguetá, 28 de setembro de 1822.
O vigário Lourenço da Costa Moreira
[1] CAMPANHA DA PRINCESA: no processo de diversificação produtiva ocorrido em Minas Gerais a partir da década de 1750, nota-se um movimento demográfico e financeiro, e um deslocamento do eixo econômico da comarca de Vila Rica para a comarca do Rio das Mortes, onde se localizavam boas terras para a agricultura e a pecuária. Em 1798, durante o governo do visconde de Barbacena, duas vilas foram criadas por mercê da rainha d. Maria I: Campanha da Princesa e Paracatu do Príncipe. Campanha do Rio Verde, Campanha da Princesa ou simplesmente Campanha foi a primeira vila e cidade, assim como a paróquia e povoação mais antiga, fundada no sul de Minas. A corrida pelo ouro gerou disputas acirradas entre paulistas e mineiros, ao longo do século XVIII, nessa região sul da capitania de Minas Gerais, também conhecida como Minas do Rio Verde. Em 1737, o então ouvidor da vila de São João del Rei, Cipriano José da Rocha, comandou uma expedição militar que deveria reconhecer a região, desbravar os sítios desconhecidos ao longo da bacia dos rios Verde, Sapucaí e Palmela, e tomar posse do território de mais de vinte léguas em nome do rei. O arraial, onde já existia uma estrutura de povoado com praça, ruas e casas, chamado a princípio pelo nome do ouvidor, foi denominado, pouco depois, Campanha do Rio Verde de Santo Antônio do Vale da Piedade, jurisdicionado à comarca do Rio das Mortes. As disputas pelo domínio dessa área residiam, em grande medida, na sua localização estratégica, de fácil acesso ao Rio de Janeiro e São Paulo, que facilitava o extravio do ouro extraído, fazendo com que o Senado da Câmara da Vila de São João del Rei necessitasse, em 1743, reafirmar o auto de ocupação de posse do território, devido à presença de um representante do governo paulista no local reivindicando igualmente o direito de posse sobre o arraial. Por alvará de 20 de outubro de 1798, d. Maria I concedeu o título de vila da Campanha da Princesa ao arraial e o auto de declaração da criação da vila aconteceu em 26 de dezembro de 1799. Segundo Marcos Ferreira de Andrade, autor de Elites regionais e a formação do Estado imperial brasileiro (Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa de 2005), a elevação a vila do antigo arraial de Campanha do Rio Verde deve ser entendida como parte de um movimento mais amplo que se inseria no contexto das transformações ocorridas em Minas Gerais na segunda metade do século XVIII, tanto em termos econômicos quanto políticos. Na passagem do século XVIII para o XIX, a vila de Campanha da Princesa assumiria um lugar de destaque, tornando-se um dos mais expressivos núcleos urbanos da região da Comarca do Rio das Mortes, representando, em 1821, cerca de quarenta por cento da população total da capitania, e com vigorosa participação na política imperial. Existiam um variado comércio e uma produção agropecuária voltada para o mercado interno, com destaque para as lavouras de milho, feijão, arroz e mandioca. Até 1833, a vila de Campanha da Princesa pertenceu à comarca de Rio das Mortes, quando se tornou cabeça da comarca do Sapucaí.
[2] FREGUESES: Os habitantes de uma freguesia. Em Portugal, as divisões administrativas das províncias estavam organizadas de acordo com a seguinte escala: cidades, vilas, freguesias e aldeias. Cada freguesia possuía uma situação jurídica própria, podendo ser de primeira, segunda ou terceira ordem. A freguesia de primeira ordem agrupava mais de 5.000 pessoas. As de segunda ordem, entre 800 e 5.000, e as de terceira ordem, menos de 800 pessoas. Em cada freguesia havia um regedor que era o representante da autoridade municipal e diretamente dependente do presidente da câmara municipal. O termo paróquia era utilizado como sinônimo de freguesia, na esfera eclesiástica, portanto fregueses, neste caso, são os membros de uma paróquia.
[3] LAVRAS: terrenos em que se realiza a extração de minerais ou de pedras preciosas, as lavras eram concedidas a poucos privilegiados, que conseguiam provar sua capacidade de financiar a exploração das minas e que pagavam pelo direito de explorá-las. Há várias formas de extração de minerais de seus veios originais e, no Brasil colônia, consistia basicamente na utilização de bateias para separar os cascalhos do ouro e diamantes. O método exigia concentração acentuada de quem faz o garimpo, pois pedras menores poderiam, facilmente, passar despercebidas. O uso das bateias de madeira foi uma inovação atribuída aos escravos; antes disso eram usados pratos de estanho, de manuseio mais difícil. O uso das “canoas”, onde se estende um couro de boi ou uma flanela para reter o ouro apurado com a bateia, também é atribuído aos escravos. A princípio, o cascalho é levado a um local onde não possa ser carregado pela água, processo inicialmente feito com auxílio da bateia em crivos. Mas, por se perderem muitas pedras nesses crivos, passaram a utilizar mesas contendo bicas, onde se lançavam os cascalhos. Grades de ferro foram inseridas, após algum tempo, nesse processo, para conter pedras e areias grossas. O que passava por essas grades ficava em tabuleiros de madeira que serviam de canais para tanques e, em seguida, eram apurados nas canoas. Quando o cascalho era pobre, passava-se antes no bolinete (tabuleiro grande com vinte e cinco palmos de comprimento). Aos cativos que encontrassem boa quantidade dessas riquezas abria-se a possibilidade de ascensão e alforria.
[4] SERTÃO: categoria que povoa há muito a historiografia brasileira, desde os primeiros cronistas e viajantes dos séculos XVI ao XIX, até historiadores dos séculos XIX e XX, que o elegeram como objeto de estudo, entre eles Capistrano de Abreu e Sérgio Buarque de Holanda. É um conceito chave na construção do imaginário regional, na relação de alteridade com o litoral – na qual um define ao outro – e na construção do conceito de nação. Há uma extensa discussão filológica acerca da origem da palavra sertão, e de qual termo latino ela deriva. De deserto ou de certão, em ambas as acepções, a ideia que encerra é sempre do interior, local vazio, despovoado, selvagem, distante do litoral, região de fronteira, mas não necessariamente seca, como atualmente se usa para referir à região do semiárido nordestino. No Brasil, é preciso reforçar, não houve um só sertão, mas vários. Desde o início da colonização, o termo aparece no vocabulário daqueles que descreviam as novas terras desbravadas. Ora usado para o interior da capitania de São Vicente, ora para referir às minas gerais, ou para o centro-oeste, em Mato Grosso ou Goiás, era também o interior do Nordeste e as regiões quase inatingíveis da Amazônia. Durante o povoamento, o sertão estava sempre nas franjas das frentes que avançavam em direção ao oeste, se opondo ao litoral. Se a faixa litorânea, mais povoada, representava o ideal de “civilização” – as cidades, o local da administração colonial e do exercício do poder –, por oposição o sertão se definiria como a terra sem lei, inculta, das guerras contra o gentio selvagem, do vazio populacional. No entanto, para aqueles que não encontravam um lugar no mundo da ordem, o sertão também representou a terra promissora, das riquezas ainda inexploradas, da liberdade para escravos e condenados que para lá fugiam, da mestiçagem entre as “raças”, do encontro entre as culturas e línguas. Apesar de em princípio se situar fora da ordem colonial, o sertão estava sempre sendo conquistado, ocupado, em vias de se civilizar, e avançava: a expansão para dentro da colônia era constante e estava diretamente atrelada às atividades econômicas. A produção açucareira interiorizou os engenhos no Nordeste, a mineração promoveu a penetração desde as Minas Gerais até Goiás, os bandeirantes [bandeiras] também foram responsáveis pelo avanço mais ao Sul, desbravando terras e capturando índios, e a pecuária foi um instrumento importante na conquista dos territórios do interior, o gado e as tropas avançando junto com o povoamento. Nas províncias do Norte, a coleta das drogas “do sertão” foi fundamental para a abertura de novos caminhos e a ocupação de regiões distantes e de difícil acesso na mata. Para além de meramente espacial, o sertão é uma categoria cultural que influi até hoje na construção das identidades regionais Brasil afora, na música, na literatura e nas demais manifestações artísticas, seja no interior como no litoral.
[5] AGRICULTURA: durante a maior parte do período colonial o sistema agrícola brasileiro se caracterizou pela grande lavoura monocultora e escravista voltada para exportação, definida por Caio Prado Junior pelo conceito de plantation. Entretanto, podiam ser encontradas também em menor escala as pequenas lavouras, policultoras e de trabalho familiar. Com a chegada da família real e toda a estrutura do Estado português, houve a necessidade de incremento no abastecimento de gêneros agrícolas especificamente para o mercado interno. À época, a estrutura agrária brasileira era pautada pela rusticidade dos meios de produção, pela adubação imprópria e falta da prática do arado, enfim, o que havia era a presença modesta de técnicas modernas de cultivo. D. João VI, atento a essa situação emergencial, criou, em 1812, o primeiro curso de agricultura na Bahia e, em 1814, no Rio de Janeiro, uma cadeira de botânica e agricultura, entregue a frei Leandro do Sacramento. O objetivo era o melhor conhecimento das espécies nativas, não apenas para descrição e classificação, mas também para descobrir seus usos alimentares, curativos e tecnológicos. Mais do que isso, a incentivo aos estudos botânicos e agrícolas era parte de uma nova mentalidade de promoção das ideias científicas, que já vinha sendo implementada em Portugal desde o final do século XVIII. A agricultura era vista como uma verdadeira “arte”, pois era o melhor exemplo de como o homem era capaz de “domesticar” a natureza e fazê-la produzir a partir das necessidades humanas. Significava a interferência do Estado em prol do aproveitamento racional das riquezas naturais, orientado pelas experimentações e pela própria razão.
[6] PASTO ESPIRITUAL: de acordo com o Vocabulário português e latino, do padre Rafael Bluteau (1712-1728), trata-se da celebração dos sacramentos da doutrina da Igreja católica para seus fiéis. O pasto espiritual consiste nos “ensinamentos” que exortam, corrigem, aconselham os cristãos a viver de acordo com a palavra de Deus. Encontram-se registros como uma carta de 1787 endereçada a d. Maria I, rainha de Portugal, solicitando autorização para constituir uma capela em homenagem a Santo Antônio de Lisboa, pois os fiéis dali careciam de pasto espiritual. Após a expulsão dos jesuítas, em 1759, o governador da capitania do Mato Grosso e Cuiabá erigiu uma freguesia e proveu capelão secular para dar assistência do pasto espiritual aos moradores da vila da Chapada dos Guimarães. Na região das jazidas auríferas das primeiras décadas do século XVIII, a proibição da Coroa à instalação de hospícios, localidades como casas de repouso e acolhimento de peregrinos e religiosos de passagem sem pouso certo, era driblada pelos moradores de Sabará, São João del Rei e Vila Rica que demandavam o pasto espiritual para eles e seus escravos. Em sua maioria eram os párocos franciscanos e carmelitas, particularmente, que ocupavam esses hospícios, enviados pelas ordens regulares para assistir a população administrando o pasto espiritual com os serviços de sacramentos cristãos ali aguardados.
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