16º conde de Arganil, 51º bispo de Coimbra, exerceu o bispado de 1741 a 1779. Em 1768, fora condenado pelo crime de lesa-majestade pelo Tribunal do desembargo do Paço, pena cumprida até 1777, quando d. Maria I decretou sua libertação e a restituição do cargo. A acusação que lhe fora imputada estava relacionada com a publicação de uma pastoral, datada de 8 de novembro de 1768, pela qual criticava a conjuntura social, política e econômica de Portugal, muito aquém da época do rei d. Manoel, período de grande desenvolvimento do país. Também proibia em sua diocese a leitura de livros, de conteúdo herético em relação à doutrina católica, dentre eles, os de Luis Elias Dupin e de Justino Febronio. Entre seus escritos, foi encontrada uma obra dos jacobeus, seita criada pelo frei Francisco da Anunciação, religioso da ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. A resistência à autoridade da Real mesa censória, que acusava o bispo de possuir ideias de cunho jesuítas e jacobeu, já que as mesmas iam de encontro às medidas centralizadoras do conde de Oeiras, futuro marquês de Pombal, levou ao processo e à prisão do religioso.