François-Marie Arouet, conhecido como Voltaire, foi filósofo, dramaturgo, poeta e historiógrafo francês, mas sobretudo um polemista satírico contra o Antigo Regime. Nascido em uma família de pequena nobreza, foi figura importante do Iluminismo francês e grande defensor das liberdades civis, inclusive religiosa e econômica, tornou-se membro da Société du Temple – associação de livres pensadores – sendo detido na Bastilha em 1717, devido a sua atividade panfletária contra o regente francês, Filipe II, duque de Orléans. Libertado, continuou em suas obras provocadoras, que lhe renderam uma segunda prisão, por discussões e ofensas ao príncipe de Rohan-Chabot, e a exigência de se exilar na Inglaterra. Lá, toma conhecimento das teorias de Isaac Newton e a filosofia de John Locke, que o influenciariam consideravelmente. Sua principal obra, Cartas filosóficas (1734) – um estudo comparativo entre a Inglaterra liberal e a França absolutista – denotava seu apreço pelo sistema político britânico. Ao retornar à Paris, tornou-se membro da Academia Francesa em 1746 e tornou-se um divulgador da obra de Newton, especialmente de seu trabalho sobre a ótica, escrevendo o livro “Elementos da filosofia de Newton”. Sua visão newtoniana da ciência lhe rendeu uma discussão com Pierre L. M. de Maupertuis, na época presidente da Academia de Berlim. Voltaire dirigiu a Maupertuis vários panfletos satíricos, como o Diatribe do dr. Akakia em 1752, criticando as interpretações teológicas que Maupertuis deu a alguns princípios científicos. Tal desavença indispôs Voltaire com o rei Frederico II da Prússia, levando o filósofo a transferir-se para Suíça, onde terminou suas maiores obras históricas: Um Ensaio sobre os costumes e o Espírito das Nações e A Era de Luís 14, publicações de grande impacto para a história e mesmo para uma visão de algum modo antropológica, que tratam da história europeia, desde Carlos Magno, passando pela colonização da América e de territórios no Oriente. Escritor prolífico, produziu romances, ensaios, poemas, peças de teatro, sátiras, muitas cartas e panfletos, nos quais fazia duras críticas aos reis absolutistas, à alta nobreza e ao clero. Foi um dos principais influenciadores iluministas da Revolução Francesa.