A partir das revoluções americana e francesa, verifica-se, logo no início do século XIX, a manifestação, por parte da classe senhorial nas sociedades escravistas, de um temor de revoltas impulsionadas pelas ideias de igualdade e liberdade. Pairava um grande medo, ratificado por rebeliões escravas como na Bahia, provavelmente em referência às revoltas ocorridas entre 1807 e 1816, protagonizadas em sua maioria por africanos escravizados, de fé islâmica, trazidos do Sudão Central. Ou aquelas ocorridas em Barbados, colônia inglesa na América Central, palco de uma violenta revolta de escravos, em 1816, ou ainda da ilha de São Domingos, em 1791, – atual Haiti – onde a população de escravos conseguiu tomar o poder, acabando com a escravidão e proclamando uma república. Tais movimentos poderiam servir de exemplo para uma possível tomada do poder pela população escrava e pobre que, afinal de contas, era em muito maior número e responsável pelo funcionamento do sistema econômico colonial.