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Povoação

No início da colonização portuguesa nas Américas, o povoamento não foi visto como um problema, uma vez que o projeto colonizador se voltava para a exploração dos recursos naturais. No entanto, não tardaria que a política de povoamento adotada por Portugal fosse alterada. A preocupação constante com a defesa do território contra invasões estrangeiras e a crescente mestiçagem entre os colonizadores e as naturais da terra impuseram a necessidade da vinda de mulheres brancas, numa tentativa de ocupar demograficamente a colônia. Órfãs, prostitutas, não importava tanto a origem e classe social, a emigração feminina passa a ser estimulada. A opção pela vida religiosa, fosse na metrópole ou na própria colônia, representava uma ameaça às novas necessidades da coroa lusa. Já em 1603, o rei de Portugal manifesta-se em carta régia contra a fundação de um convento feminino no Brasil, alegando ser um obstáculo ao necessário povoamento da colônia. Além de portugueses que vieram para o Brasil colônia, deve-se mencionar a migração açoriana no século XVII em direção ao Pará e Maranhão e no século XVIII para o sul do Brasil, principalmente Santa Catarina e Rio Grande de São Pedro, a vinda de franceses e holandeses, relacionada sobretudo às ocupações de ambos os países em território brasileiro, e a entrada de suíços, alemães e chineses durante o reinado de d. João VI. É importante destacar, também, o papel da migração forçada de africanos como escravos para a América portuguesa, durante os séculos de colonização, estimada em cerca de 5 milhões de africanos.