Localizado na então vila de Mafra, em Lisboa, o Palácio Nacional de Mafra foi construído durante o faustoso reinado de d. João V (1706-1750). Ícone da arquitetura barroca em Portugal, o palácio compõe um conjunto arquitetônico que inclui uma das maiores bibliotecas europeias setecentistas, com cerca de 40.000 livros, além do convento, da basílica e dos carrilhões, num conjunto de 92 sinos. As obras iniciaram-se em 1717 sob a direção de João Frederico Ludovice, ourives alemão, que estudou arquitetura na Itália. O projeto, que previa inicialmente a construção de um convento destinado à Ordem dos Frades Arrábidos, acabou tomando vulto e tornando-se um palácio-mosteiro, símbolo da espetacularização do poder real. Entre os muitos materiais importados para construção do monumento, consta o ouro brasileiro, cuja exploração, atingia seu apogeu nas Minas Gerais. Embora não tenha funcionado como moradia habitual dos monarcas, o palácio hospedava a família real por ocasião de festas religiosas ou das caçadas. Durante a invasão francesa, em 1807, Mafra funcionou como uma base militar. Foi também desse palácio que o último rei português, d. Manuel II, fugiu para o exílio com a proclamação da república, em 1910.